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* HOTEL GLOBO: Um patrimônio Histórico na capital paraibana


DÉBORA MARQUES

RESUMO

Este trabalho de conclusão de curso apresenta a construção de um legado de relíquias e diversificações de um patrimônio histórico primordial no quesito hotelaria no centro da capital paraibana. O Hotel Globo, é uma das atrações turísticas mais visitadas pelas pessoas que procuram apreciar um pouco do que foi essa construção belíssima que encanta pela delicadeza de detalhes e pelas propriedades marcantes originárias da população pessoense. Um patrimônio que é favorecido pela contemplação do pôr do sol, possui uma localização privilegiada, com um valor inestimavelmente cultural para o legado da Paraíba, pois é incumbido de modernidade e revestido de uma característica única, em tempos de socialização e urbanização de um período ainda em fase de abrangência territorial. Notoriamente, é uma personificação da suntuosidade requintada em seus tempos de esplendor na cidade de João Pessoa, sua receptividade, por muitos é admirada e compreendida gloriosamente pela sua história e pelo seu renome. É inevitável a influência agregada ao inativo Hotel Globo na capital paraibana, como também a de tantos outros hotéis que serviram e servem de exemplo para os que hoje estão atuantes. Sua História é uma fonte inesgotável de memórias.

Palavras-chave. João Pessoa. Hotel Globo. Patrimônio histórico.

ABSTRACT

This course conclusion paper presents the construction of a legacy of relics and diversifications of a primordial historical heritage in the hotel sector in the center of the capital of Paraíba. Hotel Globo, is one of the most visited tourist attractions by people who seek to appreciate a little of what was this beautiful construction that enchants by the delicacy of details and by the remarkable properties originating from the people of pessoense. A heritage that is favored by the contemplation of the sunset, it has a privileged location, with an invaluable cultural value for the legacy of Paraíba, as it is charged with modernity and coated with a unique characteristic, in times of socialization and urbanization of a period still in the territorial coverage phase. Notoriously, it is a personification of exquisite sumptuousness in its splendid times in the city of João Pessoa, its receptivity, by many is admired and gloriously understood for its history and its reputation. It is inevitable the added influence of the inactive Hotel Globo in the capital of Paraíba, as well as that of so many other hotels that served and serve as an example for those who are currently active. Its history is an inexhaustible source of memories.

Key words. João Pessoa. Hotel Globo. Historical heritage.

INTRODUÇÃO

Em um passeio pelo Centro Histórico de João Pessoa, qualquer cidadão pode perceber as degradadas edificações espalhadas pelas ruas do Varadouro na Cidade Baixa e na Cidade Alta. Muitos prédios, praças, avenidas, residências, igrejas e hotéis encontram-se em processo de deterioração pelas ações do tempo e ações humanas. Chaves (2011,p. 3075) enaltece a compreensão da importância do Centro Histórico: ‘‘O Patrimônio Cultural deve ser preservado como um bem cultural de um povo cujas marcas se constroem pela história e memória porque são representações de gerações passadas’’. O efetivo processo de preservação é um dos recursos necessários para a permanência dos monumentos da história, pois permite a análise sobre os desenvolvimentos de interações aos que necessitam de cuidados permanentes para se manterem conservados.     

Entre os muitos patrimônios presentes no Centro Histórico e que merecem reconhecimento, justificar-se a escolha do Hotel Globo por possuir relevância histórica na capital paraibana, sendo responsável durante muitos anos, pela garantia da mais alta qualidade de atendimento e receptividade no ramo hoteleiro no centro de João Pessoa. Por isso, os dados utilizados foram embasados em referências bibliográficas e documentais, delimitando-se a sua origem em comparação com o desenvolvimento da capital e todos os períodos do seu legado como um prestigiado hotel. Nesse contexto, este estudo tem como objetivo descrever, por meio de análises documentais, a história do Hotel Globo.

TRANSFORMAÇÕES URBANAS E HOTELEIRAS

De acordo com Souza (2008), um estabelecimento hoteleiro é responsável pela acomodação, através de remuneração, de visitantes locais ou turistas por um determinado período de tempo, prestando os mais diversos serviços especializados para os hóspedes. Tendo contribuição significativa para a economia local, um hotel, como defende Souza (2008), dependendo das atividades oferecidas e voltadas para a satisfação dos clientes, pode ser até considerado uma atração turística. 

O Centro Histórico de João Pessoa é conhecido pela sua representatividade cultural e pela sua conceituada resistência estrutural (fincadas em sua extensão através dos séculos) desde sua colonização; segundo Lira (2018), originária por meio de um tratado de paz entre o português João Tavares que era juiz de órfãos e escrivão da Câmara de Olinda, (representado pela Coroa Portuguesa) e o chefe da tribo indígena dos Tabajaras, o índio Piragibe (mais conhecido na época como ‘‘Braço de Peixe’’ traduzido da língua Tupi) em 05 de Agosto de 1585 às margens sul do Rio Sanhauá. Após a concórdia das terras, de acordo com Nunes (2018), pedreiros, carpinteiros e oficiais chegaram para povoar o que seria o início colonial da capital no dia 04 de Novembro de 1585.

Gradativamente, com o crescimento da cidade através do Porto do Capim –devido à vasta capinaria responsável pelo alimento dos animais de carga e pelo escoamento da produção de açúcar, – a capital passou a apresentar transformações, segundo Costa (2015), no final do século XVII a cidade encontrava-se traçada na Cidade Alta onde eram erguidas as mais nobres edificações residenciais, administrativas e as religiosas e na Cidade Baixa que abrangia as atividades portuárias, comerciais e o transporte ferroviário. De acordo com Almeida, Brambilla e Vanzella (2016), no final do século XIX, as pensões, tavernas e hotéis modestos eram as principais fontes de hospedagens, com obrigações e horários para comer, dormir e sem muitas condições de higiene e ficavam concentrados principalmente nas atuais ruas Gama e Melo, Desembargador Trindade, Visconde de Inhaumá e na Praça Álvaro Machado.

O empresário Henrique Siqueira, conhecido como ‘‘Seu Marinheiro’’, era um homem reconhecido por ser pioneiro na indústria hoteleira na capital paraibana, tendo fundado o Hotel Globo em 27 de agosto de 1915 às 13 horas de um sábado, de acordo com a publicação do Jornal ‘‘O Norte’’ (1915), com um sobrado de três andares, vinte e um espaçosos e confortáveis quartos mobiliados, um verdejante bosque na retaguarda e um jardim de flores, salas de refeições com pátios claros, de aspecto agradável e elegante e dois estéticos salões de luxo; tendo uma diária a variância entre 5 e 8$000 (mil réis), o equivalente entre R$ 615,00 e R$ 984 reais, possuía localização estratégica na rua Visconde de Inhaumá, perto da estação Central, ponto de desembarque daqueles que chegavam à cidade.

Devido ao crescimento da capital no início do Século XX, o comércio estava cada vez mais ativo. De acordo com Chaves (2011), na antiga rua Visconde de Inhaumá encontravam-se vários armazéns comercializando açúcar, sal, couro e algodão, e próximo ao Hotel Globo até havia saboarias, barbearias, fábricas de cigarros e charutos. Na década de 20, segundo Araújo (2006), várias vias públicas da Cidade Baixa passaram a ser pavimentadas com calçamento a paralelepípedo e com as obras implementadas das plantas de modernização, a rua Visconde de Inhaumá foi alargada e todo as atividades comerciais e hoteleiras (entre eles o Hotel Globo) tiveram que ceder à demolição.

As intervenções urbanísticas da década de 20 , como menciona Leandro (2010), afetaram grande parte das edificações coloniais pré-existentes; o Hotel Globo teve que ser obrigatoriamente recuado para o endereço do seu proprietário o Senhor Henrique Siqueira que ficava uma rua atrás da Rua Visconde de Inhaumá, na rua Padre Antônio Pereira, na ponta do quadrilátero do Largo São Frei Pedro Gonçalves nº 7, por isso, sua residência precisou passar por uma grande reforma para poder abranger a nova função de Hotel entre 1928 e 1929. Em 1930, o segundo prédio ao lado do Hotel Globo foi construído inspirado nos hotéis europeus e em suas edificações foram atribuídos um estilo eclético, com linhas neoclássica, art nouveau e art decó. (EVANGELISTA, 2018).

O Hotel Globo foi muito requisito pela elite paraibana que até então, ocupavam os mais requintados estabelecimentos, procurando as edificações que transparecessem luxo e riqueza, segundo Araújo (2006), principalmente porque, a influência da belle époque parisiense estava pulsando nesta nova cidade moderna. Com as ruas revitalizadas do Varadouro, germinaram lojas sofisticadas com artigos de requinte e, como relata Nóbrega (2013), com as últimas tendências do mercado provenientes de outros estados e do exterior, como por exemplo, vestimentas refinadas importadas da Europa, mesmo que não se encaixassem com o porte simplório da cidade e nem com o seu clima.

Convidando as pessoas a buscarem esse mercado elegante e de prestígio, o Hotel Globo, como menciona a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) [ca. 2010], foi palco de grandes encontros do chá da tarde, (um outro costume europeu adotado), bailes, banquetes e reuniões da alta sociedade, hospedando vários nomes importantes da época, como Procópio Ferreira e sua filha Bibi Ferreira, Tônia Carreiro, o ex-presidente Ernesto Geisel, entre outros. Atendendo o nível de elegância de seus frequentadores, segundo Almeida, Brambilla e Vanzella (2016) e também o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) (2016), o Hotel Globo possuía em seu interior um conjunto riquíssimo de utensílios de decoração, relógios suíços, mancebos, espelhos de cristais tchecos, conjuntos de louças importados, ricas luminárias, mesas e cadeiras com peculiaridade coloniais e um mobiliário proveniente dos mais diversos países estrangeiros.

Declínio: Concorrência, Transferência do Porto e a Atrativa Orla Marítima

          Vivendo em seus tempos de glória por muitos anos, como relata a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) [ca. 2010], o Hotel Globo era até então o pioneiro em fornecer tamanha sofisticação na capital, caracterizado comumente como um point hoteleiro, tendo seu auge de 1929 a 1938.

No entanto, de acordo com Leandro (2010), houveram brigas e desentendimentos do então presidente da província (governador) João Pessoa com o empresário Henrique Siqueira; desde o tratamento fornecido a alguns de seus amigos que se hospedaram no Hotel Globo, como também, mencionado no Jornal ‘‘O Norte’’ (1922), as diversas hospedagens do político José Pereira Lima no Hotel Globo, um coronel prestigiado na zona do sertão paraibano e deputado estadual do município de Princesa, com quem João Pessoa teria desavenças. Devido os incessantes conflitos estabelecidos entre eles, Leandro (2010), elucida que João Pessoa decidiu construir o Paraíba Palace Hotel em 1929 no Ponto de Cem Reis, para se tornar o concorrente direto do Hotel Globo.

          Com a transferência aos poucos do Porto do Capim para o Porto de Cabedelo durante a década de 30, segundo Chaves (2011), o Hotel Globo sofreu mais um duro golpe responsável pela redução considerável no número de hóspedes. Devido uma das suas principais características ser sua localização próximo ao porto e a alfândega, o Hotel se beneficiava com o grande fluxo de embarque e desembarque de pessoas e mercadorias. Com a conclusão em 1935, da obra do novo Porto de Cabedelo e o fim das movimentações do velho Porto do Capim, as atividades na parte baixa da cidade passaram a concentrar oficinas mecânicas e depósitos de bebidas, e as residências passaram a ser alugadas para fins comerciais. Em consequência, durante as décadas de 40 e 50, como relata a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) [ca. 2010], o Hotel Globo já havia virado um Hotel/ Bar para encontros de boêmios e homens de letra.

Em meados de 1952, de acordo com Gambarra e Tinem (2008), com a pavimentação das ruas, principalmente a Avenida Epitácio Pessoa, surgiram novas opções de residência e lazer atraindo os moradores e turistas em direção às praias. Em 1961, Chaves (2011), revela que Aguinaldo Siqueira, filho de Henrique Siqueira, após o falecimento do pai, não fez uma boa administração e o Hotel Globo entrou em falência em 1962, fechando definitivamente suas portas.

          Por volta de 1978, o Hotel Globo já encontrava-se em completo abandono, segundo Evangelista (2018), foi desapropriado pelo Governo do Estado e tombado pela Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba (IPHAEP) em 1988, através do Decreto Estadual de Nº 8.639 de 26 de Agosto de 1980. A parceria Brasileira criada com o Consulado Espanhol, permitiu a criação do projeto Revitalização do Centro Histórico de João Pessoa, que de acordo com Braga e Moraes (2016, p. 28), seria porque: ‘‘João Pessoa, no momento de maior efervescência portuária e comercial fazia parte do antigo Império da União Ibérica’’, tendo o projeto, o objetivo de restaurar o Centro Histórico atribuindo cores marcantes propositalmente para chamar a atenção das pessoas.

          Em 1994, segundo Silva (2016), o Hotel Globo recebeu o seu primeiro processo de revitalização, sendo envolvidos o Governo do Estado, a Prefeitura Municipal, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e a Agência Espanhola de Cooperação Internacional (AECI), passando a abrigar um memorial sobre sua história, a sede da Comissão Permanente do Desenvolvimento do Centro Histórico de João Pessoa, e até 2012, a sede do Consulado Espanhol.

Um inquérito civil público foi instaurado em 2010, na Promotoria do Patrimônio Público, como relata o ClickPB (2015), através de uma inspeção constatando a situação precária do hotel, desprovido de cuidados pelos órgãos competentes. De acordo com Carneiro (2013), a área do mirante que dá acesso à vista para o Rio Sanhauá, cedeu ao deslizamento decorrente das fortes chuvas que atingiram o local, desmoronando boa parte do muro e da calçada do terraço, e mesmo estando inabitado, seu acesso foi interditado pela Defesa Civil. Segundo o Diário PB (2015), o Ministério Público declarou a imediata intervenção, devido ao risco de eliminação de suas características histórico-materiais, causados tanto pela ação do tempo, como também pela ação de terceiros.Em agosto de 2016, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC II), ocorreu a segunda restauração do Hotel Globo, pelo então prefeito Luciano Cartaxo; como relata o Paraíba Total (2016), no local foram realizadas ‘‘pinturas, restauração de janelas e portas, revisão da coberta do hotel, recuperação elétrica e hidráulica, implantação de novos postes decorativos nos jardins, reestruturação do muro de contenção e manutenção do piso.’’ De acordo com Santos (2016), com a reforma, a Guarda Municipal passou a fazer vigilância monitorada e foram instaladas câmeras de segurança para manter o patrulhamento.

          Comemorando um passo importante no mês de aniversário de 430 anos da cidade, este projeto teve o objetivo de transformar vários pontos do Centro Histórico em áreas de desenvolvimento habitacional, socioeconômico e turístico. A professora aposentada Virgínia Luna Siqueira, neta do fundador Henrique Siqueira, comentou: “Eu lembro que minha infância toda foi aqui, eu brincava aqui e era tudo muito bonito. A gente ver uma coisa que a família plantou e cultivou, morrer, não é fácil. Agora sei que vai florescer e frutificar.’’, quando esteve na inauguração do Hotel Globo no dia 05 de Agosto de 2016 junto com a Prefeitura para celebrar esta data tão simbólica para a família Siqueira (MELO, 2016).

          Após a reinauguração, o Hotel Globo passou a receber visitantes todos os dias das 08:00 às 17:00 horas, de acordo com as publicações da Prefeitura Municipal de João Pessoa (2020), o hotel envolve festas culturais, seminários, exposições, espetáculos, comemorações, cerimônias, lançamentos de obras literárias e artísticas, além de várias solenidades, como demonstra o quadro 1.

 

Quadro 1. Exemplificações, desde sua segunda revitalização em 2016 até 2020. 

Data

Evento, Apresentações, Shows e Encontros.

 

 

05 de Agosto de 2016

Prefeitura Reabre as Portas do Hotel Globo.

08 de Setembro de 2016

Campeonato de Xadrez entre Escolas Municipais.

21 de Outubro de 2016

Edição de Encontro no ‘‘Pôr do Sol Literário’’.

03 de Novembro de 2016.

Realização do ‘‘Chá Solidário’’ para o Aspan.

 

 

04 de Abril de 2017.

Edição do ‘‘Chá Solidário’’ para Lar da Providência.

16 de Maio de 2017.

Encontro de Mulheres Artesãs.

05 de Novembro de 2017.

Celebração do Dia Nacional da Cultura.

07 de Dezembro de 2017.

Encontro de Orquestras.

 

 

04 de Abril de 2018.

Evento de grupos de frevo e música jamaicana.

13 de Abril de 2018.

Palco de cenário de minissérie pela TV UFPB.

07 de Agosto de 2018.

Palco de filmagens para programa do SBT.

08 de Outubro de 2018.

1º Mostra Acervo de Walfredo Rodriguez.

 

 

06 de Junho de 2019.

Apresentação da Banda Swing Nordestino.

26 de Julho de 2019.

Encontro com o Cinema Paraibano.

31 de Agosto de 2019.

Apresentação de Kevin Ndjana.

09 de Outubro de 2019.

Apresentação de Orquestra Filamôrnica Jovem.

 

 

23 de Janeiro de 2020.

Apresentação do Grupo Blues do Nordeste.

05 de Fevereiro de 2020.

Encontro de Brechó.

13 de Fevereiro de 2020.

Roda de samba com a Banda Pura raiz.

05 de Março de 2020.

Show musical com Hebert Azzul.

Fonte: Prefeitura Municipal de João Pessoa. http://www.joaopessoa.pb.gov.br/tag/hotel-globo (2016). 


Por localizar-se no Largo São Frei Pedro Gonçalves, o Hotel Globo possui edificações adjacentes que também são históricos, como: a igreja de São Frei Pedro Gonçalves e a Casa do Arquiteto. Possui uma escada em espiral localizado em frente com algumas árvores, um coqueiro e jarros com plantas. No seu interior, o Hotel possui um importante acervo mobiliário utilizado em época pelos hóspedes, como: espelhos, armários, quadros, algumas mobílias e alguns porcelanatos que ficam expostas em seus amplos salões.


No seu exterior, possui um jardim sombreado, com vários bancos e um cercado de proteção para os visitantes, com vista para a linha férrea; também é enaltecido pela sua paisagem natural, por possuir uma bela e deslumbrante vista para o pôr do sol às margens do Rio Sanhauá afluente do Rio Paraíba.

METODOLOGIA

          Para o desenvolvimento deste artigo foram necessárias as realizações de investigações e análises datais através do método de pesquisa hemerográfica que segundo Seibel (2013), é fundamental para a transparência e para o desdobramento de algum fato ou fenômeno; tendo total relevância para esta pesquisa pois permitiu a identificação das primícias do hotel, sendo equiparadas com as evidências da modernidade na capital paraibana no começo do século vinte; tendo este trabalho agregado em seu valor, uma permanência para o estudo de futuros acadêmicos e/ ou interessados na história do Hotel Globo.

          Através da intensificação do aprofundamento no tema, foram utilizados métodos qualitativos;que de acordo com Garcia, (2015), descrevemo caminho entre o objetivo e os resultados sem a análise de números, sendo utilizados em pesquisas de natureza cultural e social;para abordar todos os procedimentos e intervenções vivenciados pelo hotel, tendo os dados coletados através de pesquisa bibliográfica e documental, com informações obtidas em artigos e revistas cientificas, como também através de publicações de jornais da época, com o intuito de utilizar obras de relevância específica para a construção do resgate das memórias do Hotel Globo até a sua atualidade, tendo como referência o uso de pesquisa exploratória, descritiva e explicativa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O propósito deste trabalho foi apresentar o Hotel Globo como um monumento histórico localizado no centro da capital paraibana; sendo considerado um símbolo hoteleiro luxuoso e sofisticado que passou por diversas transformações ocorridas nos seus mais de cem anos de história.

É interessante destacar sua contribuição para o desenvolvimento das redes hoteleiras subsequentes que viriam a existir nas décadas seguintes, como um exemplo de sucesso e requinte; teve a honra de receber ‘‘estrelas’’ nacionais como políticos e personalidades importantes, famosos da época e que tinham muita representatividade no Brasil, como também propôs o gradativo fluxo comercial ocupados nos logradouros circunjacentes, muitas vezes fomentadas pelos hóspedes constantes e de alto poder aquisitivo e econômico, que faziam o uso do Hotel Globo, tendo em vista o cenário de ações construtivas de embelezamento e de transformação que estava sendo implantada na cidade.

O hotel em estudo teve seu reconhecimento acerca dos valores culturais através do seu tombamento, e desde então, como forma de resguardar a preservação das suas atividades, seu local é palco dos mais diversos eventos socioculturais e acadêmicos, sendo também, alvo de visitações diárias por turistas de todo os lugares, quase todos atraídos pela vista peculiar do seu pôr do sol único defronte ao Rio Sanhauá.

          Em virtude dos fatos apresentados, pode-se entender toda a trajetória de oscilações compreendidas na identidade do inigualável Hotel Globo. Sua essência de requinte, ostentação e esplendor, tornou sua edificação um grandioso ícone. Por isto, o respeito e a proteção dos dois blocos que o formam, como também toda a área que os cercam, é uma busca permanente dos órgãos responsáveis pela preservação e conservação das memórias urbanísticas e sociais históricas que por anos lutam para que estes espaços não venham ser esquecidos.

REFERÊNCIAS

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