DÉBORA MARQUES
É melhor participar de uma associação ou de uma cooperativa?
Bom, esta é uma dúvida bastante pertinente e
confusa, porém comumente normal devido o associativismo e o cooperativismo
estarem presentes na vida humana desde os primórdios primitivos; pois para
garantir a sobrevivência, o ser humano necessitou participar de grupos
(associação) com ou entre tribos para poder conviver (cooperação) em harmonia,
em busca de alimentos, moradias e de proteção a inimigos. Santos et. al. (2007), relata que a sociedade
moderna progrediu em diversos conceitos sob compreensão dos tipos e formas de
organização de uma sociedade ou comunidade, e entre elas destacam-se o
associativismo e o cooperativismo porque buscam um comum objetivo: o alcance de
resultados e de benefícios, por meio do trabalho em conjunto; porém, a
diferença entre elas é focada no princípio de que, enquanto o Associativismo
não possui interesse econômico, o Cooperativismo possui.
A compreensão dessa
diferença é o que determina a melhor adequação de um ou outro modelo. Enquanto
a associação é adequada para levar adiante uma atividade social, a cooperativa
é mais adequada para desenvolver uma atividade comercial, em média ou grande
escala de forma coletiva, e retirar dela o próprio sustento. (CREFITO8 - CONSELHO
REGIONAL DE FISIOTERAPIA E DE TERAPIA OCUPACIONAL DA 8º REGIÃO – PARANÁ, 2010,
p. 1).
Pode-se destacar segundo conclui o
CREFITO8 (2010), que no associativismo, (mínimo de duas pessoas) o patrimônio
acumulado pela associação deverá ser repassado para outras instituições
pertencentes à sociedade e não aos associados integrados na associação.
Enquanto no cooperativismo (mínimo de vinte pessoas), os cooperantes são
‘‘donos’’ do patrimônio, e as sobras das relações comerciais podem ser, através
da assembleia geral, repartidas entre estes cooperantes.
No decorrer da sua compreensão
cronológica organizacional, o cooperativismo evoluiu e ganhou mais espaço
devido apresentar novo contexto sobre as formas de trabalho e de
desenvolvimento social.
De acordo com Sales (2010) para
minimizar problemas encontrados com a exploração trabalhista, má qualidade de
vida e salários desproporcionais com as atividades exercidas do capitalismo no
período da Revolução Industrial que, por volta de 1844 - baseados nos fundamentos
de Robert Owen e Charles Fourier, ambos considerados primeiros cooperativistas
indignantes com os descasos sociais -, 28 tecelões uniram-se e formaram a
fundação da Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale (Rochdale Society of Equitable Pioneers), ou os Pioneiros de
Rochdale – como ficaram conhecidos – em Manchester na Inglaterra, sendo a
primeira cooperativa registrada e marcada como o iniciante ao cooperativismo,
com princípios coletivos e de interesse de todos os cooperados, tendo eles,
concebido a união de capital social para a construção de casas,
estabelecimentos industriais e agrícolas voltados para a produção de bens, de
modo direto e com preços justos, proporcionando trabalho aos desempregados ou
aqueles com más remunerações, garantindo educação e cooperação integral.
Deste modo, o cooperativismo passou a
transformar o individualismo através dos seus princípios como: a adesão e a
união voluntária e livre a fim de satisfazer necessidades econômicas, sociais,
etc., organização ou empreendimento coletivo, autonomia, promoção da educação,
administração democrática além da distribuição adequada dos resultados; e
através dos seus valores: democracia, solidariedade, igualdade, honestidade,
transparência, altruísmo e responsabilidade social, contribuindo em posição das
necessidades dos seus cooperados. ‘‘Em sinergia com as outras organizações e
práticas por ela abrangidas, as cooperativas dão resposta a vários tipos de
problemas imediatos suscitados pela crise das sociedades atuais, sem prejuízo
da vocação para se projetarem num horizonte alternativo ao sistema
capitalista’’. (NAMORADO, 2012, p. 5).
É válida a concepção ainda de que o
cooperativismo diferentemente de uma organização empresarial, propõe um modelo
diferenciado; pois exige que cada membro integrante esteja, plenamente,
participativamente e responsavelmente hábil de suas atividades, sendo estas,
segundo Schneider (2015), compreendidas e asseguradas de forma coletiva
própria, combatendo o absenteísmo e garantindo a busca pelo bem-estar comum entre
os seus membros cooperados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
CONSELHO
REGIONAL DE FISIOTERAPIA E DE TERAPIA OCUPACIONAL DA 8º REGIÃO – PARANÁ. Diferenças entre associações e
cooperativas. Disponível em: <https://www.crefito8.gov.br/pr/index.php/associacoes-e-cooperativas/129-servicos/associacoes-e-cooperativas/477-diferencas-associacoes-e-cooperativas#:~:text=A%20diferen%C3%A7a%20essencial%20est%C3%A1%20na,cooperativas%20t%C3%AAm%20finalidade%20essencialmente%20econ%C3%B4mica.>.
Acesso em: 08 Nov. 2020.
NAMORADO,
R. Cooperativismo. Disponível em:
<https://eg.uc.pt/bitstream/10316/90874/1/Cooperativismo.pdf>. Acesso em:
08 Nov. 2020.
SALES, J. E. Cooperativismo: Origens e Evolução. Revista Brasileira de Gestão e Engenharia | RBGE | ISSN 2237-1664. Disponível em: <http://www.periodicos.cesg.edu.br/index.php/gestaoeengenharia/article/view/30/23>. Acesso em: 08 Nov. 2020.
SANTOS,
C. K. N. dos; Et. al. Associativismo e
Cooperativismo. Disponível em: <http://www.ecologica.org.br/wp-content/uploads/2018/12/cartilha_associativismo-1-1-1.pdf>.
Acesso em: 08 Nov. 2020.
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