Baseado em uma alternativa inovadora e com princípios especializados em transformar os modos de vender, trocar, comprar e produzir, a economia solidária busca revolucionar as influencias no mundo comercial econômico contemporâneo, com objetivos compreendidos na organização democrática e igualitária para todos os envolvidos nos sistemas organizacionais.
Também conhecida como ES, a economia solidária surgiu através de movimentos associativistas advindos de um momento de crise econômica social europeia nos séculos XVIII e XIX, onde as condições trabalhistas das classes operárias eram insanamente desumanas e desesperadoras, alinhando-se ainda a um sistema com caráter desigual e opressor, onde muitos se viram e se encontravam com a necessidade de rebelar-se; como relata (SILVA, 2011, p. 1):
Os operários viviam no pior dos mundos: os salários não eram equivalentes ao mínimo necessário à subsistência; a jornada era definida arbitrariamente pelo empregador; as condições de higiene e segurança eram precárias; mulheres e crianças eram empregadas largamente, recebendo salários ainda menores, sem a mínima garantia de emprego ou contra acidentes. Diante do contexto de opressão e exclusão operária, cresciam os movimentos reivindicatórios que buscavam substituir a figura do empregador no mercado. Sindicalistas e cooperativistas se uniam em vistas à construção de um novo mudo do trabalho.
A busca por uma forma
de vida justa e adequada as condições necessárias para todo trabalhador, como
horas remuneradas de acordo com carga horária no processo produtivo, salários e
preços justos; fez-se surgir, ainda segundo Silva (2011), novos princípios por
igualdade e valorização do ser humano, através da quebra de barreiras entre as
classes operárias e sociais conceituadas à época; mas que, somente após as
tentativas cooperativistas dos séculos XIX e XX, que a situação do assalariado
conseguiu estabelecer mais comumente a compreensão da sociedade comercial
através dos direitos trabalhistas, onde os princípios sociais e democratas prolongaram-se
entre os ideais de uma nova sociedade por meio de políticas públicas; ocorrendo
mudanças nas relações de trabalho e emprego no sistema capitalista; logo, a
Economia solidária exerce papel fundamental na essência destas lutas, pois seu
conceito é baseado nas boas práticas da vida econômica social através de uma
autogestão, oferecendo oportunidades igualitárias sem distinção, aos envolvidos
na organização.
Para Batista (2018), as principais
características da ES, são: melhorias nas condições de vida, adoções de novas
culturas, inclusão dos mais excluídos e a fuga incessante pela busca de lucros
e retornos instantâneos; sendo necessário sempre o respeito recíproco e
coletivo entre os envolvidos, além do respeito com o meio ambiente e as
condições econômicas estabelecidas do negócio, tendo todos estes aspectos, em
razão dela, a formação da economia solidária.
As
iniciativas de Economia Solidária atingem aqueles que estão excluídos ou em
vias de exclusão do mercado formal de trabalho e, também, pessoas historicamente
excluídas pertencentes às classes populares, que buscam alternativas para
geração de renda. Essas iniciativas assumem diversas formas: cooperativas que
atuam nos vários setores da economia (produção, consumo, serviços, etc),
pequenas empresas de caráter familiar e/ou comunitário, bancos populares,
clubes comunitários de troca, entre outras. Diante desta diversidade, no
Brasil, o que diferenciaria os empreendimentos solidários das demais
iniciativas que surgem pelas mesmas razões estruturais mencionadas acima, seria
o fato de que elas estariam organizadas sob a forma da autogestão. São,
portanto, iniciativas cujos participantes detêm a posse coletiva dos meios
pelos quais exercem a atividade econômica (produção, consumo, poupança, etc.)
e, por isso, são igualmente responsáveis pela gestão do empreendimento, através
do princípio “um membro igual a um voto”. (AZAMBUJA, 2009, p. 283 e 284).
É
compreendida então a economia solidária como uma inserção de práticas
econômicas estruturais fincadas e identificadas por meio de constantes
processos distribuídos em bases de solidariedade entre os indivíduos da
organização. Sendo, representada com valores ideológicos em decorrência da
busca pela união e pelas condições mínimas necessárias de mudança em que os
trabalhadores garantam a igualdade e o respeito mútuo pela inclusão social,
aonde quer que estejam inseridos, sejam elas empresas autogestionárias, cooperativas
ou associativistas.
De acordo com Klapf e Haselwanter (2016) a economia solidária é por tanto, caracterizada pela democracia e pela prevalência da produção e renda coletiva, principalmente àqueles excluídos pelo capitalismo, porque repensa a forma de lidar com os lucros de uma organização, através de uma produção solidária produtiva que gere benefícios a todos os envolvidos e não apenas para uma parte ou outra dela, como normalmente acontece nas empresas tradicionais do mundo, tendo como princípio e objetivo extinguir a desigualdade fincada através das sociedades nos âmbitos organizacionais ao longo dos tempos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
AZAMBUJA. L. R.
Os Valores da Economia Solidária. Disponível em: < https://www.scielo.br/pdf/soc/n21/12.pdf>.
Acesso em: 28 Nov. 2020.
BATISTA, P. O que é Economia Solidária. Disponível
em: < https://www.estudopratico.com.br/o-que-e-economia-solidaria/>.
Acesso em: 28 Nov. 2020.
KLAPF, S; HASELWANTER,
M. Cooperativa de Catadores é exemplo em
economia solidária. Disponível em: < https://polis.org.br/noticias/cooperativa-de-catadores-e-exemplo-em-economia-solidaria/>.
Acesso em: 28 Nov. 2020.
SILVA,
M. N. A Economia Solidária e As Novas
Possibilidades do Mundo do Trabalho. Disponível em: < https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-100/a-economia-solidaria-e-as-novas-possibilidades-do-mundo-do-trabalho/>.
Acesso em: 28 Nov. 2020.
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