DÉBORA MARQUES
Em um mundo de emergentes multifaces tecnológicas inovadoras, culturais e sustentáveis, a Economia Criativa propõe uma vasta perspectiva de uma nova contemporaneidade social e econômica nos campos e nos processos que envolvem estas esferas através de meios criativos que englobam produção, organização, representação, criação, transmissão e preservação de desenvolvimento das atividades culturais, econômicas e sociais.
A economia criativa trata dos bens e serviços baseados em textos, símbolos e imagens e refere-se ao conjunto distinto de atividades assentadas na criatividade, no talento ou na habilidade individual, cujos produtos incorporam propriedade intelectual e abarcam do artesanato tradicional às complexas cadeias produtivas das indústrias culturais. Suas múltiplas imbricações e importantes implicações fazem com que a questão ultrapasse o campo da cultura e invada outras áreas do conhecimento, especialmente a economia e a gestão. (MIGUEZ, 2007, p. 96 e 97).
Através das noções compreendidas das
indústrias criativas e apesar de ser um termo recente nas práticas econômicas
globais, a economia criativa originou-se, segundo Chedid (2017), por volta do
final do século XX na Austrália, por meio de um relatório publicado por John
Howkins: ‘‘Nação Criativa: Política Cultural da Comunidade’’ que indagou a inovação
e a importância da consideração do potencial das atividades econômicas culturais.
Entretanto, e apesar de serem muito facilmente confundidas, a economia criativa
propõe a união entre a economia e a criatividade e os desenvolvimentos
econômicos culturais globais, enquanto as indústrias criativas são setores de
mercado produtoras de bens culturais e intelectuais como os cinemas, turismo,
arquitetura, design, moda, etc. (GABRIELLE e RODRIGO, 2017).
O
Plano da Secretaria da Economia Criativa (SEC) – formulado em 2011 - destaca os
setores criativos como aqueles que constituem atividades produtivas nos
princípios da formação de um produto, bem ou serviço, através da dimensão
simbólica fornecida por meio de um valor específico, comumente resultante na riqueza
econômica cultural e social; e como relata Chadid (2017), o Plano da Secretaria
da Economia Criativa atribuiu e utilizou como bases para adaptação, setores
estabelecidos sobre as classificações nas indústrias criativas compreendida
pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD),
(imagem abaixo) também para a economia criativa, com o objetivo de programar
políticas públicas articuladas transversalmente com outros ministérios, como
Ministério das Comunicações, do Trabalho, da Ciência, das Cidades, da
Tecnologia, etc., abrangendo-se em todas as áreas possíveis, pois apesar de ser
formalmente ligada às áreas artísticas e culturais, a economia criativa engloba,
diferencialmente, vários setores do mercado mundial.
De acordo com Cruz (2014) tanto a
Secretaria da Economia Criativa (SEC) quanto as Nações Unidas sobre Comércio e
Desenvolvimento (UNCTAD), em termos comparativos, possuem diferença em seus
conceitos classificatórios, partindo-se da percepção de que todos estes setores
possuem os mesmos princípios culturais com diferenciação apenas nas quantidades
de categorias; onde, enquanto a UNCTAD elenca os setores em quatro categorias:
Patrimônio, Artes, Mídia e Criações Funcionais, a SEC elenca os setores em
cinco categorias: Patrimônio, Expressões Culturais, Artes de Espetáculo,
Audiovisual/ do livro, da leitura e da literatura e Criações culturais e
funcionais.
Para Oliveira, Araujo e Silva (2013), a economia criativa permite interações entre os aspectos econômicos, culturais e sociais, quando introduz como fator mais incisivo a capacidade da utilização da criação, da invenção, da engenhosidade, da imaginação, como a principal fonte de atratividade ao bem, produto ou serviço, onde independentemente da forma de mensuração, promove a diversidade e o desenvolvimento da caracterização da criatividade econômica.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
CHEDID, S. Economia Criativa: Você sabe o que é? Disponível
em: < https://www.politize.com.br/economia-criativa/ >.
Acesso em: 30 Nov. 2020.
CRUZ, F. M. R. da.
Políticas Públicas e Economia Criativa:
Subsídios da Música, Teatro e Museus na Cidade de Natal/ RN. Disponível em:
< https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/36197836/FCruz_EICS_artigo.pdf?1420728454=&response-content-disposition=inline%3B+filename%3DPoliticas_Publicas_e_Economia_Criativa_s.pdf&Expires=1606790297&Signature=a0OyUxptXed7~of2NxbMJHd34~k7z7xbk3ewcg5LQd2rQ5~Y3XrZyekylmoYWndaCcS5RfGbqrVEezmbFeeu93d1zOhBYhZv8aQyfC~r~wsOk4iJNnz17qJMz1hmoBcb8QXiXAIl5E8q9zN4yG3gq0JE~bgSMkmHUYEzlMoP0NgsBh8dJAMCD6RCyud4b8vE2vexWIbUug6AHxnpAZeM6ZMLzJVmyXJqB7Kn8B0wcZ-XBaKUWhnVFhnDSwiZPO6Y6VIAp9pWaGF~a~71xkcp5lZuc7gcpIahu~msSFPvMltylJguMpGUP4~mO~cTG3-AfyK35FfhK5h-zqZKtbUXKw__&Key-Pair-Id=APKAJLOHF5GGSLRBV4ZA>.
Acesso em: 30 Nov. 2020.
GABRIELLE, C; RODRIGO,
M. Indústria Criativa x Economia
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MIGUEZ, P. Economia Criativa: Uma Discussão
Preliminar. Disponível em: < https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/37636609/Teorias_e_politicas_da_cultura.pdf?1431637016=&response-content-disposition=inline%3B+filename%3DEstetica_negra_um_olhar_em_desafio.pdf&Expires=1606784528&Signature=MVeSLIO3FcWorD4OnzIxyWd831pG~HAbdcBWz-6fnzvsHkmXxNXnj2D4exQOM6B25gKP9fOXaxnQJ6jJTz0nDJml5DX0KPF9n46mX7kfHhNepSVlqMJIOHIfsk0uQi~isvPFr8Asy20OVgQ7eb5x0s2HhrJ9Jh-nxgUEFn7Bwu65QH3e~LBcW5b4yHzVgTaMdXAxqnoRBKnYscuH88BodIeBEeC6fb96GwLt41JY1qOqC2t0vh3h6rFZmQaqtoV4Ppa3jA80Q-JEVVxmJsZWfNp3hRCkzijvrvyAbasYbkPJqUxCUDx9NchX4PfwatsN3BqHUznxQ1q64xOcXRnvIQ__&Key-Pair-Id=APKAJLOHF5GGSLRBV4ZA#page=95>.
Acesso em: 30 Nov. 2020.
OLIVEIRA, J. M. de;
ARAUJO, B. C. de; SILVA, L. V. Panorama
da Economia Criativa no Brasil. Disponível em: < http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/2026/1/TD_1880.pdf
>. Acesso em: 30 Nov. 2020.
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